sábado, 14 de abril de 2018

Santos

Santidade são momentos de deserto,e um constante desejo e ação,de tentar entender profundamente o bem,tentar entender profundamente o mal,enquanto tenta estar acima deles em consciência plena do próprio bem e do próprio mal

É caminhar muitas vezes oca sem coração e amando

É ser racional em pleno êxtase do corpo,enquanto o coração se estoura e multiplica transbordando em todo corpo

É estar em plena concha,e nesse vórtice se quebrar diversas vezes,ao mesmo tempo que só se dobrando a o Deus verdadeiro em oração

É sentir cada estigma na carne e desvendar seus mistérios

É se adequar ao seu próprio tempo e escolhas com liberdade,sem perder a essência e os parâmetros,enquanto se sabe a necessidade da mudança mais profunda ao olhar outro ser humano e a si própria

É ser profundamente errante mesmo sem errar,e nessa luta se erguer sem se curvar a coluna

É ter maleabilidade do corpo e da alma,que em muitos momentos preenche outros seres,sem se deixar aprisionar ou sem alterar nenhuma consciência corporal

É chorar pra dentro

É sangrar por dentro

É ter carisma também em tempo fechado e olhar cerrado

É andar de corpo aberto no céu e inferno

É sentir cada vez menos momentos eufóricos

É ter felicidade calma e paz

É resgatar também o grito e o clamor no tom celeste

É ter asas por todo o mundo e casa de dentro mesmo ao relento das horas

É ser atemporal mesmo se esquecida

É ter muitas dores físicas mas não sofrer ou induzir sofrimento

É ser silêncio

É ser folha que caí e cume da montanha

É ser estranha em meio ao meu próprio estranhamento.
Iatamyra Rocha